A cirurgia bariátrica é um tratamento efetivo para a obesidade mórbida, promovendo perda
de até 75% do excesso de peso inicial. Após o procedimento, no entanto, pode ocorrer
reganho de peso, em 10-20% dos pacientes. Para auxiliar, nesse reganho de peso, há o
tratamento endoscópico da coagulação com plasma de argônio objetivando a redução do
diâmetro da anastomose (ligação do estomago operado com o intestino) dos pacientes que
se submeteram à cirurgia bariátrica do tipo Bypass em Y-de-Roux. Muitos pacientes que se
submetem a este tratamento, nem sempre conhecem o processo e seus respectivos
cuidados.
O que é o Plasma de Argônio
O Plasma de Argônio é um tratamento ambulatorial realizado por endoscopia para aqueles
pacientes que voltaram a ganhar peso após a realização de tipos específicos de cirurgias
bariátricas. O tratamento conta com a assistência de uma equipe multidisciplinar que dará o
apoio necessário para que o paciente volte a perder peso.
É um gás inodoro, inerte e não tóxico, condutor de eletricidade e capaz de promover a
coagulação térmica sem o contato do cateter com a mucosa. O objetivo dessa técnica é
promover uma cauterização de toda a circunferência da anastomose para reduzir o seu
diâmetro.
Ele já é usado há muito tempo na endoscopia mas em 2009 começou a ser aplicado com
configurações específicas para ser usado no reganho de peso de pacientes submetidos à
bariátrica. Ele reduz a anastomose e promove novamente o efeito restritivo da cirurgia,
promovendo a perda do peso reganhado bem como evitando a progressão do reganho de
peso.
A anastomose nada mais é do que a emenda cirúrgica feita entre o estômago reduzido e o
intestino delgado. Com o tempo, a dilatação pode ocorrer permitindo a passagem mais fácil
do alimento ingerido. Com o tratamento pelo plasma de argônio essa anastomose reduz seu
diâmetro trazendo novamente saciedade ao paciente, o que o ajudará a continuar a perder
peso.
Indicações do Plasma de Argônio
● Indicado apenas para pacientes que fizeram cirurgia bariátrica pela técnica do
BYPASS gástrico e técnicas similares.
• Qualquer paciente operado pelas técnicas acima que iniciou reganho de peso após dois
anos de cirurgia e que tenham uma anastomose maior ou igual a 15 mm de diâmetro.
• Qualquer paciente operado pelas técnicas acima que parou de perder peso após dois anos
de cirurgia
• Reganho de 10% do peso ou mais do peso estável alcançado após a gastroplastia
O procedimento é bastante seguro, rápido, com baixo índice de complicações, eficaz em
mais de 70% das vezes e objetiva diminuir a anastomose. É feito por endoscopia,
habitualmente sem anestesia geral.
Contraindicações
Como ele é destinado apenas a um tipo de cirurgia bariátrica: Bypass. Qualquer outra
cirurgia bariátrica não pode ser aplicado o método. Fora isso, também são contraindicações
qualquer as condições clinicas que impossibilite a realização de um procedimento
endoscópico, como por exemplo doenças cardiorrespiratórias ou coagulopatias graves.
Geralmente o procedimento necessita de um ciclo de três sessões, com intervalo de 60
dias. O paciente já pode sentir a diferença na primeira sessão e em alguns casos não é
necessário o complemento do tratamento. O objetivo dessa técnica é diminuir o tamanho do
diâmetro da anastomose para menos de 12 mm, se possível para cerca de 8 a 10 mm.
Vale ressaltar, que o plasma de argônio sozinho não é milagroso. Sempre é necessária a
mudança no estilo de vida associado à atividade física, o acompanhamento psicológico e à
disciplina na hora de se alimentar.
Como a grande maioria dos procedimentos endoscópicos, as complicações são muito raras.
Dentre as complicações inerentes a esse procedimentos destacamos: os sangramentos,
estenoses (fechamento completo da anastomose) e até perfuração de alças intestinais.
Todas as complicações ao serem identificadas são prontamente tratadas por via
endoscópica e/ou cirurgia.